Receber a negativa de um seguro é frustrante, mas o que muitos segurados não percebem é que alguns erros cometidos no processo de solicitação da indenização podem comprometer o sucesso do pedido. Pequenas falhas, omissões ou descuidos podem ser usados pelas seguradoras como justificativa para negar o pagamento. Por isso, conhecer e evitar esses erros é essencial para garantir seus direitos. Neste artigo, reunimos os 5 principais erros que prejudicam o segurado na hora de reivindicar a indenização — e como evitá-los.
1. Não comunicar o sinistro imediatamente
Um dos erros mais comuns é deixar para depois a comunicação do sinistro à seguradora. O contrato de seguro estabelece prazos específicos para que o segurado informe o ocorrido. A demora pode ser interpretada como descumprimento contratual ou até como tentativa de fraude. Por isso, assim que ocorrer o evento coberto (acidente, roubo, falecimento, etc.), o segurado ou seu representante deve entrar em contato com a seguradora, solicitar o número do protocolo e registrar a comunicação formal.
2. Deixar de reunir e guardar documentos essenciais
A solicitação da indenização exige uma série de documentos, que variam conforme o tipo de seguro. Muitos segurados não se atentam a isso e acabam perdendo prazos ou apresentando documentação incompleta. Laudos médicos, boletins de ocorrência, comprovantes de pagamento do seguro, imagens, perícias e trocas de e-mails com a seguradora são exemplos de provas indispensáveis.
Deixar de reunir essas evidências prejudica a análise do caso e pode resultar na negativa do pedido. O ideal é sempre guardar tudo: e-mails, fotos, protocolos de atendimento, laudos e recibos — quanto mais documentação, melhor.
3. Omitir ou distorcer informações no momento da contratação
Outro erro crítico é fornecer informações imprecisas ou incompletas ao contratar o seguro. Muitas pessoas, por medo de pagar mais caro, acabam omitindo dados importantes (como doenças preexistentes ou atividades de risco). No entanto, essa atitude pode levar à negativa de indenização no futuro, sob alegação de má-fé ou agravamento do risco.
A honestidade na hora de contratar é fundamental. Caso a seguradora alegue omissão, o segurado pode se defender judicialmente — mas a disputa será muito mais difícil.
4. Não ler atentamente a apólice do seguro
A apólice é o documento que define o que está ou não coberto, quais são as obrigações de cada parte e quais são as exclusões. Ignorar esse conteúdo é um erro grave. Muitos segurados só vão descobrir que seu sinistro não está coberto depois que o problema acontece.
É fundamental ler com atenção todas as cláusulas da apólice, inclusive as chamadas “condições gerais”. Em caso de dúvida, é recomendável buscar ajuda de um advogado especializado ou corretor de seguros.
5. Não buscar apoio jurídico quando a indenização é negada
Muitos consumidores aceitam a primeira negativa da seguradora como definitiva, quando na verdade a recusa pode ser abusiva ou ilegal. O Código de Defesa do Consumidor protege o segurado e permite contestar cláusulas contratuais que imponham desvantagens excessivas.
Ao receber uma negativa, o mais indicado é procurar um advogado especialista em seguros, que poderá analisar a apólice, verificar a legalidade da justificativa da seguradora e reunir provas para contestação. Em muitos casos, é possível reverter a negativa e até buscar reparação por danos morais.
Conclusão
Evitar esses cinco erros pode fazer toda a diferença na hora de reivindicar a indenização do seguro. Comunicação rápida, documentação completa, informações verdadeiras e leitura atenta do contrato são atitudes que colocam o segurado em posição de vantagem. E, se mesmo assim a seguradora negar o pagamento, é possível buscar seus direitos com o apoio jurídico adequado. Lembre-se: a Justiça tem cada vez mais reconhecido o abuso nas negativas indevidas — mas cabe ao consumidor estar preparado para defender o que é seu por direito.